24 dezembro 2010

Uma fitinha pró chapéu!

Atravessei a passadeira com o casaco cinza como o frio que me gela a face. Cai uma chuva miúdinha, mal se dá por ela, e só a percebo quando o nariz pinga uma gota fria de água de céu. Havia lojas abertas, pessoas nem tantas. A música soava como se me tivessem colocado no fundo do oceano, lá longe. Serviu de pano de fundo a este cenário que, de tão meu, ainda me espanta. Fui andando devagar, sem pressa de fugir à chuva, saboreando as luzes suspensas e os reflexos dos prédios. A porta de um café estava aberta e era de lá que vinha o cheiro a bolo rei e ao pão-de-ló. Caminhei no centro, para poder ver tudo o que me surgia à esquerda e à direita. Entro no carro.

Lá mais à frente vou ter uma surpresa. Há um som característico, indescritível, e sei que estou em casa. Bebem um copo de vinho como quem celebra o nascimento de um filho e cantam, de voz embargada pelos vários licores que nos ofereceram, em outras tantas tascas como esta. Riem a bom rir, porque é Natal.
É Natal e estou em Casa. E o sentimento é indescritível.

Sem comentários:

Enviar um comentário